Do livro “das heilende Tao”, de Achim Eckert, Bauer Verlag
Na doutrina Taoísta dos cinco elementos se descrevem exaustivamente os relacionamentos das forças da Natureza, do corpo e do espírito. Em todos os fenômenos da natureza inclusive do ser humano, se pode observar a ação das mesmas forças e leis.
Na cultura ocidenal se formulam as leis naturais do mundo físico. Elas se limitam ao que se pode medir com métodos físicos e não podem ser aplicadas ao mundo dos sentimentos e pensamentos. Isso levou à unilateralidade da nossa cultura. O quanto nosso conhecimento é rico, exato e amplo a respeito do mundo material, tanto também é mínimo e confuso no que diz respeito às leis do mundo espiritual e dos assuntos psíquicos. Umaexpressão desta superioridade unilateral é o fato que nós nem nos conscientizamos em que limites estreitos nós pensamos.
Na cultura antiga da China, as leis da Natureza se formularam de forma que explicaram os fenômenos observáveis tanto do mundo material como do mundo espiritual e estabeleceram uma conexão correta entre eles. A separação em um mundo material e um mundo não-material não existia, pelo menos não no nosso sentido. Nos homens daquele tempo havia a compreensão de que existia uma viva conexão entre espíritos e demônios, de forças e poderes naturais.
Os homens tinham medo e grande respeito diante das forças da Natureza. Terra, Fogo e Céu eram divindades, que precisavam ser obedecidas para sobreviver. Os homens começaram a fazer observações, que foram transmitidas de geração em geração: o ciclo da vida, o curso das estrelas, as mudanças de tempo e as direções do céu. Viam-se os fenômenos naturais em estrita conexão com o homem, com seus sentimentos e modos de pensar, com seus sonhos e suas doenças.
Destas observações se cristalizou a doutrina do Tao, que também se denominava o Não-explicável, aquilo do qual tudo nasce, que não possui rumo nem vontade. Aquilo que simplesmente é. Do Tao surge a polaridade, Yin e Yang, Terra e Céu, matéria e energia. De Yin e Yang, por sua vez, nascem os cinco elementos, que produzem, formam, mantêm e novamente dissolvem muitas vezes descrita o mundo.
É importante entender que nosso conceito de elemento não é idêntico com o chinês. Os chineses entendem como elemento não uma substância material, mas uma força, uma propriedade do cosmo. Como mostram as traduções, o conceito de elemento não é limitado às forças naturais, mas denomina leis ou princípios genéricos. Os elementos são fases de mudança dos fenômenos múltiplos, a descrição de estados energéticos sempre retornando, que de modo surpreendente correspondem aos conhecimentos da física moderna, especialmente à e do Princípio da Incerteza de Heisenberg. Cientistas com Niels Bohr e Fritjof Carpa reconheceram e demonstraram esta relação.
Na concepção chinesa, os cinco elementos se apresentam em todas as manifestações do cosmo: nas direções do céu, nas estações do ano, no clima, nas estrelas, nas plantas e animais, nas camadas das pedras, no homem. Cada sentido, órgão e tecido é atribuido a um elemento, assim como são os sentimentos e qualidades mentais e espirituais. Os elementos são forças em mútuo equilíbrio, eles se produzem, se comutam e limitam mutuamente. Quando o relacionamento das forças dos elementos está em desequilíbrio, isto se apresenta no homem como mal-estar e doença, num povo como fraqueza, injustiça e guerra. Estando os elementos entre si em equilíbrio, encontramos no homem, num povo ou região saúde, harmonia, beleza e paz.